Livro Saúde e Alimentação

Manter uma operação de apicultura significa gerir aglomerações de colmeias e extrair uma parte das suas reservas, sem as danificar. E este é o cerne do apicultor profissional, na escolha de uma boa localização para as suas colmeias, e na manutenção de boas práticas na mesma, que permitam que estas aglomerações não sejam perigosas em termos de saúde, e na dosagem da extracção de reservas sem as esgotar; e, se necessário, complementando as falhas da natureza, que existem, com um abastecimento adequado. Uma grande parte das doenças está normalmente presente nas colmeias, nas suas formas de resistência, os esporos (células inactivas, com cobertura protectora, que lhes permite resistir a condições desfavoráveis, e que são activadas quando o ambiente é favorável). Há loque americano, ascoferiose, nosema, vírus... As boas práticas têm um duplo objectivo: por um lado, diminuir a presença destes agentes da doença (higiene); e, por outro lado, criar as condições apropriadas para que os que estão presentes não se desenvolvam (profilaxia), utilizaremos basicamente técnicas de manipulação e nutracêuticos (alimentos que ajudarão a conservar a saúde), "melhor prevenir do que remediar". A cobertura destes dois objectivos é a finalidade desta publicação. Os tratamentos com medicamentos só devem ser utilizados quando existe um problema que o exija. E devem ser realizados apenas com o produto indicado para cada caso: um antibiótico contra bactérias, um acaricida contra ácaros. Não existem medicamentos que possam ser utilizados eficazmente contra fungos ou vírus, e em todos os casos é legalmente exigida uma receita veterinária. Começaremos por fazer um quadro de sintomas de diagnóstico de campo que nos permitirá identificar, na medida do possível, os problemas de saúde e desnutrição que possamos encontrar na nossa actividade apícola. Cada problema será ilustrado com quadros que permitirão uma identificação mais clara. Nos capítulos seguintes, encontrará um pequeno resumo que aumenta a informação sobre cada problema, e as medidas higiénicas e profilácticas a serem utilizadas para o minimizar. Para compreender o que acontece às abelhas, é preciso ter uma noção da sua anatomia. Assim, no caso de algum de vós querer revê-lo, adicionámos no final um apêndice com alguns grandes desenhos de Dade, 1962-1985. Se não o tiver revisto durante algum tempo, talvez queira dar uma vista de olhos antes de continuar a ler este manual. Boa leitura!